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Locais de Memória e Prevenção foi um projeto implementado pelo Instituto Auschwitz para a Prevenção de Genocídio e Atrocidades em Massa e financiado pelo Bureau de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do Departamento de Estado dos EUA de 2020 a 2024. Com base na premissa de que os espaços de memória podem contribuir para a prevenção de atrocidades, embora nem sempre o façam, esse projeto demonstrou como as práticas de memória em uma seleção de sociedades pós-atrocidades conseguiram mitigar os fatores de risco de atrocidades e, portanto, tornaram menos provável a recorrência da violência. Usamos essas descobertas para desenvolver um conjunto de princípios orientadores para que os locais de memória incorporem um mandato de prevenção de atrocidades em sua programação.
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Com o crescimento da justiça transicional como campo e como mandato internacional em contextos pós-atrocidade nas últimas décadas, a memorialização de atrocidades passadas por meio da construção de espaços físicos de memória tem sido cada vez mais reconhecida como um aspecto essencial desse processo complexo. Da mesma forma, a vasta gama de espaços de memória desenvolvidos em relação a esses processos se expandiu para além dos monumentos ou estátuas históricas, incluindo museus memoriais, espaços memoriais imersivos, locais de atrocidade em massa que foram convertidos em locais de memória, parques e jardins da paz, contramonumentos e vários outros memoriais, construídos tanto em nível estatal quanto em nível popular. Muitas vezes, esses espaços de memória são apresentados não apenas como uma homenagem às vítimas do passado, mas também como ferramentas importantes para a prevenção de violência futura. Entretanto, para contribuir ativamente para a prevenção de atrocidades, os locais de memória devem se tornar mais do que locais estáticos de lembrança, mas espaços dinâmicos de prevenção.
Durante a fase de pesquisa do projeto, a equipe conduziu mais de 160 entrevistas em 109 diferentes locais de memória, iniciativas de memória e outras organizações relacionadas a direitos humanos e prevenção de atrocidades em 7 países diferentes ao redor do mundo para avaliar quais fatores de risco de atrocidades os locais de memória estão mais bem posicionados para mitigar e como os locais de memória, por meio de exposições, programação e divulgação, contribuem para reduzir a probabilidade de recorrência da violência. Os países pós-atrocidade visitados incluem Argentina, Camboja, Colômbia, Marrocos, Irlanda do Norte, Ruanda e África do Sul. Além disso, a equipe do projeto distribuiu um questionário para avaliar se e como os locais de memória respondem e impactam os fatores de risco relacionados à violência de atrocidades em massa por meio de seu projeto e programação. Recebemos mais de 250 respostas de locais de memória espalhados por 55 países.
Com base nos resultados dessas entrevistas e nas respostas do questionário, a equipe de pesquisa, liderada pela Dra. Kerry Whigham, Diretora de Pesquisa e Educação On-line do AIPG, desenvolveu um kit de ferramentas que compartilha princípios orientadores para a incorporação de uma lente de prevenção de atrocidades em programas atuais ou futuros em locais de memória. Esse kit de ferramentas fornece exemplos concretos de programas que responderam com sucesso a fatores de risco e oferece ferramentas práticas para avaliar o risco e adaptar o programa para responder a esses riscos. O kit de ferramentas está disponível em inglês, espanhol, português, francês, khmer e árabe. O projeto também resultou em um documento de política que fornece orientação para doadores que buscam apoiar programas de prevenção de atrocidades. Tanto o kit de ferramentas quanto o documento de política estão disponíveis abaixo e em nossa página de Publicações.
Após a publicação do kit de ferramentas, lançamos uma chamada de propostas para pequenos prêmios de valor fixo (FAAs) para os espaços de memória que participaram da fase de pesquisa do projeto para adaptar a programação atual ou implementar uma nova programação que incorpore uma estrutura de prevenção de atrocidades/mitigação de riscos com base nas recomendações do kit de ferramentas. Selecionamos seis espaços de memória para financiamento, representando Camboja, Colômbia, Guatemala e África do Sul, e os resultados de seus projetos estão resumidos abaixo.
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Com base nos resultados dessas entrevistas e nas respostas do questionário, a equipe de pesquisa, liderada pela Dra. Kerry Whigham, Diretora de Pesquisa e Educação On-line do AIPG, desenvolveu um kit de ferramentas que compartilha princípios orientadores para a incorporação de uma lente de prevenção de atrocidades em programas atuais ou futuros em locais de memória. Esse kit de ferramentas fornece exemplos concretos de programas que responderam com sucesso a fatores de risco e oferece ferramentas práticas para avaliar o risco e adaptar o programa para responder a esses riscos. O kit de ferramentas está disponível em inglês, espanhol, português, francês, khmer e árabe. O projeto também resultou em um documento de política que fornece orientação para doadores que buscam apoiar programas de prevenção de atrocidades. Tanto o kit de ferramentas quanto o documento de política estão disponíveis abaixo e em nossa página de Publicações.
Após a publicação do kit de ferramentas, lançamos uma chamada de propostas para pequenos prêmios de valor fixo (FAAs) para os espaços de memória que participaram da fase de pesquisa do projeto para adaptar a programação atual ou implementar uma nova programação que incorpore uma estrutura de prevenção de atrocidades/mitigação de riscos com base nas recomendações do kit de ferramentas. Selecionamos seis espaços de memória para financiamento, representando Camboja, Colômbia, Guatemala e África do Sul, e os resultados de seus projetos estão resumidos abaixo.
O District Six Museum (África do Sul) usou o financiamento para seu evento "A Walk in the Night". Essa caminhada comemora o aniversário da Declaração de Emancipação do Cabo em 1834, que pôs fim à escravidão na África do Sul. Embora o Museu esteja organizando essas caminhadas anuais desde 2006, o financiamento foi usado para revigorar a caminhada, integrando totalmente as ferramentas e práticas descritas no kit de ferramentas Beyond Remembering no processo de design e na estrutura do workshop que antecedeu o evento. Os quatro workshops preparatórios promoveram o intercâmbio entre gerações por meio de conversas complexas e difíceis sobre o tema "resistência e resiliência". Os workshops foram eficazes em incutir nos participantes a necessidade de pensar criticamente sobre como a escravidão e o apartheid continuam a impactar os fatores de risco de atrocidade na sociedade sul-africana atual. O Museu relatou que o kit de ferramentas não apenas complementou suas metodologias criativas existentes, servindo como um guia estruturado para manter conversas difíceis entre os participantes do programa, mas também expandiu sua pedagogia para considerar os riscos modernos de atrocidade em sua programação.
O Lwandle Migrant Labour Museum (África do Sul) utilizou o financiamento para implementar seu projeto Lwandle Legends, que homenageia as contribuições de sete pessoas para a comunidade de Lwandle. Os estagiários selecionados para conduzir as entrevistas primeiro participaram de uma série de workshops sobre fotografia, museologia e gerenciamento de artefatos, condução de passeios, narração de histórias e técnicas de entrevista, o que lhes proporcionou oportunidades de desenvolvimento profissional para aprender habilidades empregáveis. Em seguida, os estagiários entrevistaram cada lenda ou um parente, no caso daqueles que já faleceram, e traduziram e transcreveram suas entrevistas em inglês e xhosa. Para a segunda fase do projeto, o Museu selecionou dois artistas locais para pintar os murais de cada uma das lendas em sete albergues diferentes ao redor do Museu. Em 21 de março de 2024, o Museu organizou uma cerimônia de abertura que contou com a presença de mais de 100 pessoas. Além disso, Lwandle desenvolveu um livro de mais de 400 páginas sobre as Lwandle Legends. Eles relataram que o kit de ferramentas Beyond Remembering os levou a pensar criticamente no processo de projeto e implementação, usando perguntas orientadoras sobre o ambiente social e o público de seu espaço, e promoveu conversas em toda a comunidade sobre a memória e o futuro de Lwandle.
A Youth for Peace Cambodia usou o financiamento para continuar seu trabalho de documentação das histórias dos sobreviventes do Khmer Vermelho. Especificamente, o financiamento apoiou a capacitação e o treinamento de dez alunos em técnicas de entrevista, a entrevista e a documentação das histórias de dez sobreviventes do Khmer Vermelho que vivem no vilarejo de Samroung Knong, a pintura de um mural memorial e uma cerimônia budista para a inauguração do mural. Samroung Knong serviu como centro de segurança e local de assassinatos em massa durante o regime do Khmer Vermelho, mas foi transformado pelo Youth for Peace no Samroung Knong Community Peace Learning Center (CPLC). Esses CPLCs criam espaços seguros para o diálogo entre gerações sobre a história do Khmer Vermelho e aumentam a conscientização sobre a importância da preservação da memória. A pintura da parede do memorial retrata as histórias dos sobreviventes que foram entrevistados para esse projeto. O Youth for Peace relatou que o kit de ferramentas Beyond Remembering foi útil na adaptação de um programa existente para responder a fatores de risco específicos do contexto para atrocidade, especialmente na identificação de riscos existentes para a recorrência da violência em sua comunidade, e forneceu a eles maneiras de adaptar sua abordagem para responder a esses riscos.
A AFAVIT (Colômbia) usou o financiamento para apoiar três componentes diferentes do projeto: 1) uma marcha pública com participantes de toda a Colômbia para tentar fortalecer o apoio e a proteção às famílias das vítimas locais; 2) maior apoio ao grupo musical de suas crianças, oferecendo treinamento em direitos humanos e aulas de música; e 3) reparos urgentes no teto do escritório do Monument Park. Durante a assembleia nacional e a marcha, eles puderam fazer propostas e trabalhar em rede com outras associações locais e regionais de direitos humanos e de vítimas ao longo dos três dias. O grupo de música conseguiu comprar um novo instrumento e fazer várias apresentações públicas, além de seus treinamentos nos quais as crianças aprendem sobre memória, verdade, justiça, garantias de não repetição e os direitos das vítimas e das crianças. A AFAVIT relatou que o kit de ferramentas foi extremamente útil para ajudá-los a esclarecer suas próprias práticas de memória e a preparar suas propostas para a Assembleia Nacional.
A Casa de la Memoria de Triana (Colômbia) usou o financiamento para realizar três componentes do projeto: 1) aumentar a segurança física de seu prédio para proteger e preservar adequadamente os documentos que coletaram sobre os massacres que ocorreram na área; 2) fortalecer a unidade das mulheres nas áreas circunvizinhas, realizando um Dia de Prevenção e Autoproteção, durante o qual elas aprenderam sobre seus direitos, as obrigações legais do Estado em relação à proteção de seus direitos e como elas podem tomar iniciativas para proteger seus direitos; e 3) promover práticas medicinais ancestrais por meio da criação de 20 hortas elevadas para as mulheres que vivem na Casa da Memória e suas famílias. Isso não apenas mantém vivo o conhecimento tradicional, mas também beneficia a saúde e o bem-estar das famílias, que têm pouco acesso à assistência médica. Eles relataram que o kit de ferramentas os ajudou durante a implementação do projeto, fornecendo-lhes uma estrutura de fatores de risco por meio da qual eles podem visualizar episódios recentes e ameaças futuras de violência, equipando-os melhor em seus esforços de defesa com o Conselho Comunitário, pois podem mostrar-lhes o grau de risco de violência atroz que a comunidade enfrenta.
Memorialpara la Concordia en Guatemala usou o financiamento para apoiar seu projeto "Mapping USAC Guatemala: Tours of Memory Sites." Durante esse projeto, eles documentaram os locais de memória localizados no Campus Central da Universidade de San Carlos da Guatemala (USAC), usando as imagens e os vídeos para desenvolver um tour físico e virtual. O passeio inclui duas rotas que cobrem um total de 13 locais de memória. O financiamento permitiu que eles criassem várias ferramentas virtuais para aumentar o acesso ao seu trabalho, incluindo um site que abriga os arquivos audiovisuais e as informações dos dois tours de memória, um vídeo do YouTube sobre o projeto e um tour virtual interativo de 360° que conduz o espectador por cada um dos locais, tem entrevistas em vídeo com funcionários da universidade sobre cada local e inclui informações básicas sobre cada local. Eles relataram que o kit de ferramentas Beyond Remembering foi integrado ao processo de design do tour virtual e do tour presencial, especificamente às práticas recomendadas sobre arte e educação.
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